Leia o post original por Vitor Birner
De Vitor Birner
Palmeiras 0×1 Ituano
O Ituano era a zebra menos gorda do paulistinha.
Mas não deixava de ser um autêntico espécime do equino africano que vira e mexe apronta nos gramados de futebol.
Dono do melhor desempenho defensivo do campeonato, que impressiona por ter sofrido apenas 10 gols em 17 jogos, nenhum deles no mata-mata, o time de Doriva repetiu a boa marcação que o levou à semifinal.
Se tivesse mais qualidade no trato da bola, em especial da metade do 2° tempo em diante, teria feito mais gols.
De qualquer forma, mereceu a classificação pelo que fez no jogo.
Os palmeirenses agora vão procurar explicações para a derrota que garante o fracasso do trio-de-ferro no paulistinha.
Valdívia, talvez
Passe e chute em gol.
O Palmeiras ficou devendo bastante nesses fundamentos.
O meio-campo foi pouco criativo.
A ausência de Valdívia, com tornozelo inchado, que pediu ao treinador para começar a partida, talvez tenha pesado.
Mas Mendieta, o substituto, poderia estar sendo elogiado agora pelos analistas de resultados caso Leandro não demorasse para finalizar quando o paraguaio o deixou cara a cara com Vagner.
O goleiro, por isso, teve tempo de fechar o ângulo e defender. Merece elogios pela intervenção.
Kardec, certeza
Foi após Alan Kardec se machucar, sair e Vinícius entrar, que o sistema ofensivo alviverde despencou.
E com ele, toda a equipe.
Kardec é referência palmeirense nos arremates com os pés, jogadas aéreas, e também na criação porque se mexe com inteligência, cria espaços assim e dá assistências.
Tanto é que a movimentação do centroavante sem dúvida foi uma das principais preocupações de Doriva na hora de preparar o time.
Sempre havia um zagueiro, e de vez quando algum volante, grudado nele também quando saía da área.
Alemão foi quem passou mais tempo encarregado da dura missão.
Atenção com a parte tática, raça, catimba e força foram as armas do atleta para cumpri-la.
O defensor não pensou duas vezes antes de ‘chegar junto’ se fosse necessário.
A lesão do palmeirense, por exemplo, aconteceu numa falta cometida de propósito, mas sem intenção de excluí-lo do confronto.
Kardec precisou deixar o jogo poucos minutos antes do intervalo.
Prass, não
A noite desprovida de sorte do lado verde e branco teve mais um capítulo.
Fernando Prass, atualmente em ótima fase, não pôde retornar do período de descanso e Bruno entrou.
O reserva não teve culpa na derrota.
Fez, inclusive, uma boa intervenção diante de Rafael Silva.
Ituano foi superior
O 2° tempo começou equilibrado.
Os minutos foram passando, a torcida se irritando e a tensão dentro de campo aumentando do lado palestrino, enquanto o Ituano, confortável com a situação, ganhou confiança e cresceu gradativamente.
Kleina, ao ver sua equipe desmoronando, arriscou colocando Valdívia, mesmo com problemas físicos, aos 25, no lugar de Mendieta.
O chileno entrou mal, tomou merecido cartão amarelo (estaria suspenso do jogo de ida na final caso o Palmeiras tivesse passado), nada criou e nem ajudou na parte defensiva.
O Galo de Itu, daquele momento em diante, não perdeu mais a importante batalha no meio-de-campo.
Impediu o Palestra de fazer a transição da defesa ao ataque com a bola no chão, tal qual os comandados de Kleina insistiram, recuperou algumas vezes a dita cuja com a defesa do adversário aberta e errou passes e chutes da entrada da área até Marcelinho, com jeito ao invés de força, acertar o gol aos 39 e garantir a classificação histórica e merecida da equipe do interior para a final contra o Santos.
Destaques
O bonito chute de Marcelinho, consciente, no canto esquerdo, o coloca entre os destaques da classificação do Ituano.
Meu voto para melhor em campo vai para o zagueiro Alemão.
Ficha do jogo
Palmeiras – Fernando Prass (Bruno); Tiago Alves, Lúcio, Wellington e Juninho; Marcelo Oliveira e Wesley: Bruno César, Mendieta (Valdivia) e Leandro; Alan Kardec (Vinicius)
Técnico: Gilson Kleina
Ituano – Vagner; Dick, Alemão, Anderson Salles e Dener; Josa, Jackson, Esquerdinha e Cristian (Claudinho); Rafael Silva (Gercimar) e Jean Carlos (Marcelinho)
Técnico: Doriva
Apito: Antonio Rogério do Prado
Bandeirinhas: Fausto Augusto Moretti e Luis Alexandre Nilsen
Público 29.166 pagantes – Arrecadação – R$ 1.363.977,50