Leia o post original por Vitor Birner
De Vitor Birner
Ituano 1×0 Santos
O Peixe havia balançado as redes 39 vezes em 15 jogos na fase de classificação, além doutras 7 nos confrontos eliminatórios contra a Ponte Preta e o Penapolense.
O Ituano sofreu 10 gols nas 15 partidas que definiram os times das quartas-de-final. Depois, mesmo atuando como vistante diante de Botafogo e Palmeiras, não levou mais nenhum.
A final do paulistinha com a equipe de sistema ofensivo mais produtivo contra a agremiação de melhor desempenho defensivo, teve seu primeiro capítulo escrito tal qual pretendia Doriva, idealizador do roteiro favorável ao Ituano.
O time do interior conseguiu impor sua proposta de marcar, marcar, marcar e contragolpear.
Tirante nos minutos iniciais, quando ainda deixou espaços dos lados do campo para Geuvânio, na direita, e Thiago Ribeiro, na esquerda – atuaram na linha de três do 4-2-3-1 armado por Oswaldo de Oliveira – atacarem com alguma liberdade, o Ituano anulou o sistema ofensivo do Peixe.
Fez o gol aos 20 do 1° tempo graças ao belo toque de Esquerdinha, principal articulador do meio de campo, para Cristian chutar e superar o goleiro Aranha, e depois não deixou mais o adversário entrar com a bola na área.
Mesmo assim, o Santos, aos 33, ainda poderia ter empatado.
O árbitro errou ao soprar o pênalti de Josa. Foi bola na mão. O atleta não teve intenção de tocar nela e nem facilitou para isso acontecer.
Cícero cobrou muito mal, por cima, e jogou fora a chance.
Naquele momento, ninguém imaginava que seria a última oportunidade santista até o apito final.
Na medida em que não conseguiam furar o bloqueio do Galo de Itu e sequer ameaçavam o gol de Vágner, os jogadores santistas foram ficando irritados e os do Ituano ganhando moral.
Oswaldo de Oliveira, em vão, fez substituições durante o segundo tempo.
Pretendia, quando, aos 13, trocou Gabriel por Rildo, tal qual havia optado na semifinal, colocar em campo alguém capaz de abrir o sistema defensivo do Ituano com dribles.
Diferentemente do que aconteceu da última vez, a mexida foi ineficaz.
O treinador percebeu a situação e tentou se adaptar a ela.
Só nos chuveirinhos o Santos conseguia colocar a bola na área.
Por isso, aos 23, tirou Thiago Ribeiro e colocou o volante Alan Santos. Assim, pôde dar liberdade para Cícero se aproximar de Leandro Damião.
Nem por baixo, nem por cima o Peixe criou uma oportunidade interessante.
O Ituano se defendeu com garra, competência e não deixou a série de cruzamentos se transformar em pressão.
O time de Doriva poderia ter deixado o Pacaembu com uma vitória por diferença maior de gols.
Perdeu a melhor chance da decisão, mais fácil de ser convertida que a do gol, porque Rafael Silva, fominha, preferiu chutar e Aranha defendeu, ao invés de tocar para um companheiro na área, livre, em posição legal e condição de finalizar sem goleiro na frente.
A vitória do Ituano, superior no jogo, foi inquestionável.
Destaques
Todos jogadores do Ituano foram bem. O único erro pontual foi o de Rafael Silva, mas ele se desdobrou para ajudar na marcação; teve participação no sucesso do sistema defensivo, fundamental para a vitória.
Eu poderia destacar o goleiro Vágner, seguro quando exigido, ou a dupla de zaga formada por Alemão e Anderson Salles, pois não perdeu uma dividida pelo alto, ou os laterais Dick e Denner que venceram os duelos respectivamente contra Thiago Ribeiro (depois Rildo) e Geuvânio, ou Josa, Paulinho e Jackson Caucaia, fundamentais na proteção dos zagueiros e laterais, mas voto em Esqueridnha como principal nome da partida.
Além de ajudar nos desarmes, deu inteligência ao meio de campo e o passe do gol.
Na verdade, o destaque do Ituano foi o trabalho coletivo.
No Peixe, do meio de campo para frente, ninguém se salvou.
Arouca, Cícero, Gabriel (Rildo), Geuvânio, Thiago Ribeiro e Leandro Damião, o último foi um pouco vítima da dificuldade de criação da equipe, ficaram devendo.
Stéfano Yuri entrou aos e não pode ser avaliado.
Aberta
A final continua aberta.
Uma vitória do Santos será o resultado completamente normal caso aconteça.
Vamos ver se a volta dos laterais titulares, que costumam participar do trabalho ofensivo, o favorito mostra futebol melhor.
O Ituano não tem o que inventar.
Precisa repetir a proposta de jogo e a qualidade da execução dela.
Ficha do jogo
Ituano – Vagner; Dick, Alemão, Anderson Salles e Dener; Josa, Paulinho (Marcelinho), Jackson Caucaia, Esquerdinha e Cristian (Claudinho): Rafael Silva (Gercimar)
Técnico: Doriva
Santos – Aranha; Bruno Peres, Neto, David Braz e Emerson; Arouca e Cícero; , Geuvânio (Stéfano Yuri), Gabriel (Rildo) e Thiago Ribeiro (Alan Santos); Leandro Damião
Técnico: Oswaldo de Oliveira
Árbitro: Rodrigo Guarizo do Amaral
Assistentes: Anderson Jose de Moraes e Tatiane Sacilotti
Público: 29.203 – Renda: R$ 1.459.355,00