Leia o post original por Vitor Birner
De Vitor Birner
Fluminense 5×2 São Paulo
O Fluminense massacrou o São Paulo no 2° tempo.
O time de Muricy havia sofrido quatro gols em cinco jogos no campeonato brasileiro.
Os comandados de Cristóvão Borges, depois do período de descanso, precisaram de 30 trinta minutos para balançar a rede o mesmo número de vezes.
A qualidade da marcação do Fluminense na saída de bola foi a principal diferença entre a primeira parte do confronto, quando o São Paulo foi um pouco superior e venceu, e o baile após o intervalo.
Além disso, a mudança de atitude de ambas as equipes, a dos cariocas melhorou muito e a dos paulistas piorou, da etapa inicial para a complementar, fez a diferença.
Walter e Conca foram os melhores da agremiação vencedora.
Na que perdeu é possível fazer uma lista com quem atuou mal.
Escolho Rogério Ceni pelas falhas em dois gols que o time levou.
Previsível
Fred está com a cabeça na Copa do Mundo.
E tem o histórico de lesões que o deixa preocupado.
Walter quer provar que pode ser titular.
Era previsível que o Fluminense lucrasse com a ausência do camisa 9.
O sistema defensivo do São Paulo, desde o começo da temporada, não consegue jogar regularmente em bom nível.
Rodrigo Caio, que será reserva caso a direção do clube consiga contratar o titular para atuar ao lado de Antônio Carlos, desfalcou o time para defender a seleção brasileira sub-21, situação que considero absurda.
Lucão, de apenas 18 anos, o substituiu para tentar ajudar seus companheiros a pararem o forte sistema ofensivo do Fluminense com Sóbis, Conca e Wagner na linha de três do 4-2-3-1, além de Carlinhos e Jean apoiando constantemente.
O jovem zagueiro não podia se surpreender caso o meio de campo falhasse na proteção aos zagueiros e laterais, entre eles o inconsistente Reinaldo, substituto de Alvaro Pereira que serve a seleção uruguaia.
O São Paulo de Pato, Ganso e Osvaldo no trio criativo do 4-2-3-1, esquema tático adotado por Muricy, do centroavante Luis Fabiano, dos volantes Souza e Maicon que avançam, e de com um dos laterais e Antônio Carlos de vez em quando atacando, é forte na parte ofensiva.
Por isso o jogo prometia e, apesar de ser impossível prever o resultado, era possível apontar tendências sobre aonde estavam as maiores chances de falhas e consequentemente de uma das equipes fazer gols.
Eles aconteceram de acordo com o que se podia imaginar.
São Paulo mais perigoso
O Fluminense tentou marcar a saída de bola, mas não o fez da maneira correta.
Quando se adota tal proposta, é preciso começar os desarmes na área do adversário e atacar a bola ao invés de apenas cercar e forçar o erros dos adversários.
Não se pode abrir mão de nenhuma dessas duas ações.
Os comandados de Cristóvão Borges não fizeram a primeira.
O time de Muricy encontrou espaços para sair de trás tocando a bola e fazer lançamentos para Luis Fabiano, Pato ou Osvaldo, de acordo com o posicionamento deles.
Como o Fluminense adiantou o sistema defensivo e o pessoal da frente não pressionou tal qual necessitava, o São Paulo, além de trás com passes no chão, lançou um dos três nos contra-ataques.
Luis Fabiano apostou corrida algumas vezes com Gum e Elivélton, zagueiros do Fluminense.
Osvaldo tinha que acompanhar os avanços do lateral-direito Wellington Silva.
Pato também não podia deixar Carlinhos, atleta competente na parte ofensiva, atacar com liberdade, mas participou menos que o companheiro dos desarmes.
Eles também participaram dos contragolpes, mas menos que o ideal.
De qualquer maneira, o São Paulo, porque encontrou espaços, foi mais perigo que o adversário.
E venceu o 1° tempo.
Méritos e falhas nos gols
Aos 23, Antonio Carlos tabelou com Ganso e foi derrubado por Wellington Silva.
O pênalti claro e desnecessário cometido pelo lateral-direito reserva, numa jogada de falta de categoria dele, foi cobrado por Rogério Ceni.
O gol deu confiança ao São Paulo e o time cresceu.
O Fluminense nunca abdicou de atacar.
Usou mais o lado esquerdo, pois Carlinhos ajudou, Conca, no centro da linha de três, encostou em Wagner para tentar criar chances interessantes.
Correu riscos de sofrer mais gols, viu o adversário perder as chances e empatou graças às falhas de Rogério Ceni, o mais experiente, e Lucão, o menos.
O goleiro rebateu a bola para o meio da área ao invés de fazê-lo para um dos lados, onde não havia ninguém.
O chute de média distância de Conca, livre, fez a curva e quicou na frente do goleiro.
Ele sabia que não era bola para segurar e o beabá do futebol recomenda que se evite rebatidas para o centro da área.
Walter, com o corpo, ganhou de Reinaldo* e balançou a rede.
Não houve nenhum tipo de irregularidade na disputa pela redonda.
O lateral foi mole no lance.
Logo em seguida, Osvaldo, tal qual havia feito contra o Flamengo, acertou bela assistência para Alexandre Pato. O cabeceio do jogador do São Paulo foi perfeito e Felipe não tinha como evitar o 2×1.
O sistema defensivo do Fluminense se equivocou.
Gum estava fora do lance, Elivélton longe do autor de gol e Carlinhos, um ou dois segundos atrasado na marcação, não conseguiu ficar de frente para a bola e o adversário.
Fluminense massacra
Só um time realmente voltou do vestiário para o confronto.
Cristóvão Borges pediu aos seus atletas que fizessem direito o seu plano de jogo.
Eles cumpriram com louvor.
Mantiveram a marcação na frente, entretanto atacaram a bola, não deram espaço, e atuaram com muita intensidade.
Impediram o São Paulo de fazer a transição de bola pelo chão da defesa ao ataque e não deram espaços para os lançamentos que originavam os contragolpes.
Deram um vareio.
Em dois minutos, cobraram dois escanteios que levaram perigo e Carlinhos, de fora da área, assustou Rogério Ceni.
Aos 7, noutro escanteio, Lucão fez o gol contra.
Eu, se fosse técnico de um time que enfrenta o São Paulo, arriscaria diversos cruzamentos porque a equipe de Muricy vira e mexe falha nisso.
Não houve nada atípico no erro do garoto de 18 anos revelado em Cotia.
A pressão continuou e Walter, aos 20, do lado direito, dentro da área, finalizou com perfeição e sem chances para Rogério Ceni defender.
O goleiro cometeu sua segunda falha no jogo, parecida com a anterior, noutra jogada.
O veterano rebateu o chute de longa distância de novo para o meio e Wagner finalizou.
O atleta do Fluminense não pegou na redonda como queria, mas viu ela tocar na frente do Rogério e encobri-lo.
O gol de Sóbis, o quinto do time, foi consequência do baile que desnorteou o São Paulo e encerrou a pressão.
Os atletas do Fluminense, como os de quaisquer outras agremiações de futebol, não conseguem marcar na frente e de maneira tão intensa durante 45 minutos.
Eles recuaram e passaram a tentar roubar a bola no meio de campo.
Não correram risco na defesa e nem continuam ameaçando o rival.
Levaram o jogo em banho-maria, tal qual lhes era conveniente.
Sem impacto
Depois do período de descanso. os treinadores usaram todas substituições possíveis.
As de Muricy, durante a meia hora em que seu time ficou nocauteado, nada mudaram.
Cristóvão Borges foi obrigado, aos 12, a trocar Elivélton, machucado, por Marlon.
O substituto sequer foi testado pelo sistema ofensivo do São Paulo.
As outras duas açterações aconteceram quando o placar estava definido.
Você pode ver quais foram na ficha do jogo logo abaixo.
A goleada do Fluminense contra o São Paulo foi inquestionável.
Ficha do jogo
Fluminense – Felipe Garcia; Wellington Silva, Gum, Elivélton (Marlon) e Carlinhos; Diguinho e Jean; Rafael Sóbis (Kenedy – 39′/2ºT) e, Conca e Wágner (Chiquinho); Walter
Técnico: Cristóvão Borges
São Paulo – Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lucão, Antonio Carlos e Reinaldo; Souza e Maicon (Pabon); Alexandre Pato, Ganso e Osvaldo (Hudson); Luis Fabiano (Boschilia)
Técnico: Muricy Ramalho
Árbitro: Paulo Henrique Bezerra
Auxiliares: Alessandro R. Matos e Carlos Berkenbrock
Renda: R$ 276.080,00 – Público: 15.125 pagantes
Comentário ao vivo
Eis o link para quem tiver a curiosidade de ver o que comentei ao vivo, durante o jogo, no Placar Uol
http://futebol.placar.esporte.uol.com.br/futebol/brasileirao/2014/05/21/fluminense-x-sao-paulo.htm
*Corrigido