Leia o post original por Mauro Beting
… Pensando em Paulinho, lembrando uma história.
A Itália campeã de 1982 tinha um centroavante que ficara dois anos suspenso por saber de um esquema de manipulação de resultado que não denunciou. Anistiado para jogar a Copa, fez apenas três partidas -ruins – pela Juventus antes do Mundial.
Na Squadra Azzurra, muitos companheiros não o queriam no grupo – por entender que o ótimo centroavante estava sem ritmo. E quase todos tiveram certeza depois de três partidas ruins dele – e não só dele, como toda a Itália, que só empatou na fase inicial da Copa.
Na vitória contra a Argentina, no triangular da segunda fase, saiu aos 34 finais. Vaiado. Mas a Itália venceu por 2 a 1 a então campeã mundial.
Contra o favorito Brasil, até ele mesmo duvidava que seria bom negócio começar o jogo.
Quando levou um chapéu de Falcão logo no começo da partida, parecia que seria mais do mesmo.
Mas, aos 5 minutos, fez um gol de cabeça.
Depois, ganhou um presente do Brasil, e desempatou.
No final, fez o terceiro, em outra bobeada brasileira.
Na semifinal, marcou os dois gols contra a Polônia.
Na final, fez o primeiro dos três contra a Alemanha.
Jogou bem em apenas três dos sete jogos da Itália.
Fez seis gols nessas partidas.
Foi artilheiro da Copa.
Foi o craque da Copa.
E só Paolo Rossi representa o que é para o Brasil e para a Itália desde então por conta da teimosia de Enzo Bearzot. O treinador que acreditou no artilheiro até quando ele mesmo não acreditava mais.