Leia o post original por Vitor Birner
De Vitor Birner
Brasil 4×0 Panamá
O Brasil venceu com facilidade, mas não jogou bem.
Teve problemas de posicionamento, fato normal neste momento.
Felipão deve resolver quase todos os erros desse tipo até o Mundial.
O amistoso foi importante para os atletas se reunirem no confronto que teve árbitro, bandeirinhas, transmissão de televisão, uniformes oficiais, torcida…
Ainda não é a hora de exigir o futebol que o time pode mostrar.
Cobrar dos atletas motivação, concentração e esforço iguais no amistoso diante do Panamá e na Copa do Mundo é algo sem nexo.
Quem entrou em campo tinha mais é que tomar certo cuidado e ficar pensando na competição que pode fazer a diferença na carreira deles e história da seleção.
Normal
O 1° tempo do Brasil contra o Panamá foi ruim.
A seleção falhou nas tentativas de pressionar a saída de jogo e também na transição de bola, pelo chão, da defesa ao ataque.
Os atletas ficaram distantes uns dos outros, por isso o sistema ofensivo teve dificuldades para tabelar e criar boas chances.
Em diversos momentos as linhas da defesa, meio de campo e ataque deixaram grandes espaços entre elas.
Nada disso deve ser motivo de preocupação para quem torce pelo time comandado por Felipão.
Por mais que os jogadores tenham dito que encararam o confronto como se fosse de Copa do Mundo, na realidade isso não aconteceu.
São seres humanos.
Não há como fazer 23 profissionais do futebol (vinte foram à Goiânia) se motivarem em um simples compromisso de preparação contra o Panamá, equipe fraca e com a qual não têm rivalidade alguma, da mesma forma como acontecerá na Copa do Mundo.
Nos jogos da competição que começará na próxima semana, a ansiedade, concentração, tensão, determinação, adrenalina… tudo será muito maior para os jogadores e quem os apoia.
Assim como o desejo de vencer, medo de perder e a responsabilidade ao entrarem em campo.
Variou
A fragilidade do adversário permitiu ao Brasil praticamente abrir mão de um atleta na marcação.
Isso será inviável diante de grande seleções.
Scolari aproveitou o fato de o setor de criação do Panamá ser fraco e não pediu para Neymar recuar e ajudar nos desarmes.
Deixou o barcelonista atuar como atacante ao lado do Fred e formou a linha de quatro no meio quando a equipe estava sem a redonda.
Com ela, o time se posicionou no 4-2-3-1 que vira 4-3-3 de acordo com as circunstâncias.
Felipão pode repetir isso diante de adversários mais fracos no Mundial.
Fundamental
O Panamá marcou no campo de defesa.
Só começou a tentar os desarmes na linha que divide o gramado.
Os 10 atletas de linha participaram do trabalho defensivo.
Os panamenhos sabiam apenas o que fazer sem a bola.
Não tinham a menor ideia de como agir quando precisavam jogar com ela.
Deveriam viver de lançamentos longos da defesa ao ataque e dos contragolpes.
Mas inventaram de sair jogando com a bola no chão e, aos 25, na primeira vez que o Brasil a recuperou, graças ao Ramires, com o sistema defensivo panamenho aberto, Tejeda foi obrigado a parar Neymar com falta.
O próprio Neymar cobrou com maestria e fez 1×0.
Por isso a marcação perfeita na saída de bola, a mesma utilizada na decisão da Copa das Confederações contra a Espanha, é fundamental.
O 2×0, no chute de Daniel Alves, com espaço, de fora da área, amoleceu o Panamá.
O terceiro gol, marcado por Hulk logo depois do período de descanso, deixou o confronto ainda mais com cara de amistoso.
Os jogadores do Panamá, ciente que os boleiros do Brasil estão preocupados com a Copa do Mundo, antes do 3xo apelaram para algumas entradas fortes e até desleais no intuito de intimidarem os brasileiros.
Depois, desistiram disso.
O jogo de um time só teve várias mudanças de jogadores (veja na ficha do confronto) e continuou na mesma toada.
Willian, que entrou ao longo da etapa complementar e tem condições de brigar por vaga de titular, fez o quarto gol.
Neymar
Foi, com sobras, o melhor em campo.
Durante o jogo escutou provocações dos panamenhos e precisou se preocupar com uma ou outra entrada forte deles.
No fim dos 90 minutos, alguns adversários foram tirar fotos com o profissional mais talentosos da seleção anfitriã do Mundial.
Vai melhorar
A seleção brasileira vai jogar melhor na Copa do Mundo.
Lembro que sob o comando de Scolari evoluiu durante o Mundial de 2002 e na Copa das Confederações disputada aqui.
O tempo de trabalho e o aumento da motivação farão a equipe atuar bem melhor que hoje.
A vitória do Brasil foi inquestionável.
Não teve interferência do apito e o Panamá não testou, de fato, o sistema defensivo montado por Felipão.
Ficha do jogo
Brasil – Julio Cesar; Daniel Alves (Maicon), David Luiz (Henrique ), Dante e Marcelo (Maxwell); Luiz Gustavo e Ramires (Hernanes), Oscar (Willian) e Hulk; Neymar e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari
Panamá – McFarlane (Calderón); Carroll (Rodríguez), Román Torres (Cunnings), Baloy e Machado; Henríquez, Gómez, Quintero (Gabriel Torres), Cooper (Jiménez) e Tejada (Nurse); Muñoz. Técnico: Hernán Dario Gómez.
Renda: R$ 2.548.030 – Público: 30.663 pagantes