Leia o post original por Mauro Beting
Pelé, que era Pelé, não gostava de bater pênaltis.
Maradona, que era Maradona, não gostava de bater pênaltis.
Zico, que é eternamente Zico, não se eximiu de bater o pênalti que Bats pegou no jogaço contra a França, em 1986. Mesmo não estando 100% fisicamente em grande recuperação da séria lesão no joelho. Ele batia muito bem. Naquela tarde não foi feliz.
Romário não queria bater o pênalti que pegou na trave e entrou contra a Itália, na Copa de 1994. Era outro que, como Ronaldo, não gostava tanto de bater pênalti.
Bebeto agradece aos céus por Roberto Baggio ter chutado lá mesmo o pênalti decisivo de 1994.
Quando o até hoje maior batedor de pênaltis da história do calcio isolou a cobrança por não se sentir com força para bater como gostava. Colocado. No calor de quase 45º em Pasadena, depois de 120 minutos de luta na hora do almoço, e atuando com uma coxeira por conta de desconforto muscular, Baggio perdeu o pênalti que costumava marcar. Chutando forte como não gostava. Mandando o tetra italiano para o infinito e além.
Baggio não se eximiu. Não se omitiu.
Devia?
Ele assumiu a responsa. Jamais pode ser cobrado além da conta.
Assim como deve se entender quando alguém como Thiago Silva não quer bater o pênalti dele.
Se alguém não se sente apto, melhor deixar para o outro.
Não é arregar. É ser responsável.