Leia o post original por K.O.N.G

Luís Fernando Cordeiro é Galo de corpo e alma. Op Logístico, estudante de Engenharia de Produção, ex-atleta profissional. Não torce para um time, torce para uma nação. Siga no twitter: @luisfernando_4
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Vou começar a Visão Tática pela linha de defesa: Léo Silva dispensa comentários, Jemerson se firma a cada dia jogando muito, Marcos Rocha manteve sua regularidade, defendendo bem, apoiando o ataque mesmo sendo alvo dos marcadores que tentam diminuir seu apoio e Douglas Santos parece que tomou conta da posição, aliás, foi o maior finalizador do Galo nesse jogo, 4 chutes. Defendeu bem, apoiou nos momentos certos e deu equilíbrio ao lado esquerdo. Tomara que não se machuque. Fez boas parcerias com Carlos e com Tardelli, criou uma jogada em que colocou Guilherme em condição de finalizar, ou seja, teve um bom começo na lateral esquerda. Os lances de perigo do Vitória foram falhas técnicas ou mérito do adversário, como no lance do primeiro tempo que Vinícius driblou Victor e chutou pra fora.
Levir optou por André na vaga de Dátolo, assim o Galo começou num 4-3-3. A linha dos defensores que já citei, Josué, Leandro Donizete e Guilherme compondo o meio campo. O ataque teve Carlos na esquerda, André centralizado e Tardelli na direita, mas com liberdade para se movimentar. Essa dinâmica do Don Diego colocava o time num 4-4-2, com Guilherme e Tardelli alimentando o ataque. O Vitória veio para empatar, fechou o meio campo com Cáceres e Luiz Gustavo na frente da defesa, Vinícius pela esquerda tentando segurar as descidas do Marcos Rocha e Escudero encostando em Dinei. Com equipes fechadas, os volantes devem ser uma arma surpresa saindo para o jogo com passes de qualidade e isso no Galo é raridade, sem tirar o mérito de marcação de Josué e LEÃO Donizete. No primeiro tempo o Galo teve poucas chances, muito em função da mudança tática do time.
Nas vitórias anteriores, o Galo mostrou muita velocidade, pressionava o adversário no seu campo de defesa, saía rápido nos contra ataques e confundia a marcação com muita dinâmica, contra o Vitória, o espaço que servia para as movimentações dos atacantes, era ocupado por André como mostra a figura abaixo:

Defesa congestionada quando há um centro avante
Até que André melhorou em relação aos jogos em que entrava, brigou, voltou algumas vezes para marcar, mas está aquém dos outros titulares. Carlos, Tardelli e às vezes até Guilherme, precisam de espaços para penetrar nas diagonais da defesa recebendo a bola em velocidade e André se posiciona a frente dos zagueiros fazendo com que os defensores ocupem tais espaços.
Na segunda etapa, O Vitória se arriscou mais, adiantou a marcação, trocou passes na entrada da área do Galo e o jogo ficou aberto. Ney Franco sacou o zagueiro Kadu e colocou o atacante Edno, contra o Galo no Horto, ser ousado desse jeito pode ser mortal…e foi. Levir trocou André por Dodô e o Galo passou a atuar sem a referência do centro avante. Tardelli adiantou, passou a buscar o jogo para abrir espaços no meio campo e partir em velocidade.

Sem a referência com espaços para as movimentações dos atacantes
Assim saiu o primeiro gol do Galo. Numa tabela com Josué, em uma das poucas vezes em que foi ao ataque, Tardelli se infiltrou onde André travou lutas com os zagueiros quando esteve em campo e foi servido pelo volante para abrir o placar e confirmar sua ótima fase. O outro gol surgiu de uma jogada individual de Dodô, Guilherme sacramentou outra sofrida vitória e mais uma vítima no Horto. Guilherme aliás, me deixa confuso, sempre tenta passes inteligentes e desconcertantes, mas erra muito. Quando acerta esses passes, coloca companheiros em boas condições de gol. Acho que os outros jogadores não acompanham seu raciocínio…sei lá. Observo que, quando atua com outro meia de ligação Guilherme não rende tanto quando joga centralizado como único meia. Assim era na época de R10 e agora com Dátolo, um caso a ser estudado separadamente.
No meio de semana tem o Corinthians pela Copa do Brasil. Dátolo deve voltar e Levir armar o Galo no 4-4-2 com Tardelli e Carlos na frente. Se tratando de um jogo fora de casa e o gol como critério de desempate, a velocidade nos contra ataques e os espaços que seriam ocupados pelo “9” podem conduzir o Galo a mais um triunfo sob o comando do melhor jogador do Brasil na atualidade: Diego Tardelli!
Até a próxima!