Leia o post original por Quartarollo
Talvez se tivéssemos sido eliminados pelo Chile não estaríamos chorando tanto.
Talvez se Dante não tivesse jogado não haveria tantos jogadores do Bayern na área brasileira jogando contra nós.
Talvez se Thiago Silva não tivesse chorado antes e não tivesse provocado um cartão amarelo bobo no jogo anterior, Dante não teria jogado.
Não, não foi o inferno de Dante. Foi o inferno de todos nós.
Foi também de Fernandinho, hoje titular de Dunga, e que “só” falhou em quatro gols.
A data ficará marcada para sempre. A data da mais vergonhosa eliminação da Seleção Brasileira Copa do Mundo.
Foi há um ano, mas dói como se fosse agora há pouquinho.
Talvez se fosse em outro país doeria menos e talvez não tivesse acontecido. Mas foi aqui, na nossa casa.
Talvez, muitos talvezes, mas nada que console o inconsolável placar de 7 x 1.
Pela primeira vez na história um adversário teve dó de nós no sentido lato da palavra.
Os alemães resolveram parar de fazer gols e nos deixaram fazer um. Era para ser 10 ou mais.
Foi o dia da quase morte do futebol brasileiro. Só não morreu porque a Seleção não mora mais aqui.
Aqueles jogadores não nos pertencem. São europeus travestidos de brasileiros.
Não sentem a nossa dor e não choram as nossas lágrimas.
E quando choram são iguais a Thiago Silva. É por medo, não por amor.
Muitos que foram goleados estão por aí e não se explicaram até hoje.
Nem técnico e nem jogadores. A única explicação foi dada por uma carta fantasma da Dona Lúcia que não se sabe mãe de quem é. Talvez conheçamos seus filhos, não é verdade?
Depois disso pouca coisa mudou. O país piorou economicamente apesar das promessas eleitorais e o maior legado da Copa foi a vergonha.
As obras de mobilidade nem sempre foram executadas, ou concluídas, e as empreiteiras estão no pelourinho com seus poderosos comandantes presos fazendo delação premiada para entregar tudo e todos.
Eles entregam mais que a zaga brasileira. Mas nesse caso as vítimas somos nós que pagamos a conta da corrupção. Nesse particular ganhamos de 100 a 0.
As Arenas que se vaticinava que virariam elefantes brancos cumpriram a sua missão.
O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, o mais caro da Copa e um dos mais caros do Mundo serve para quase tudo, até para se jogar futebol. É um nobre elefante branco fincado na capital federal.
Sem falar nas arenas de Manaus, Cuiabá e até mesmo de Pernambuco que já tinha três estádios e construíram mais um em troca de muita grana.
A única coisa certa foi a vaia para Dilma e Blatter.
Isso prova que o povo já sabia antes o que ia acontecer com os dois “chefes de estado”.
Pena que as vaias chegaram tarde demais às urnas. Tomamos outra goleada.
Pena que não foram levadas em consideração antes das novas eleições da Fifa.
É melhor tirarmos do calendário o dia 8 de julho de 2014.
Esse dia jamais deveria ter existido.
Agora é tarde, não adianta chorar.
