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Gilberto (centro) aquece antes do jogo contra o Portland Foto: Mark Mouchian / Blog do Boleiro
O atacante Gilberto, 25 anos, quer jogar pela seleção brasileira. Titular do Toronto FC, do Canadá, o jogador nascido em Piranhas (AL) tenta chamar a atenção do técnico Dunga com gols e assistências. Até aqui, foram sete bolas na rede e quatro passes fatais. O time canadense tenta, pela primeira vez desde que foi fundado em 2006, disputar os playoffs da Major League Soccer, liga norte-americana de futebol. Depois de jogar pelo Santa Cruz, Internacional e Portuguesa de Desportos, o jogador foi negociado com o TFC por três milhões de dólares.
No time canadense, Gilberto vê a oportunidade de chamar a atenção do treinador do Brasil. O TFC vem de vitória sobre o Portland (3 a )2, de virada, depois de terminar o primeiro tempo perdendo por 2 a 0. No próximo sábado, o adversário será o Galaxy, em Los Angeles. Uma vitória deixa a vaga muito perto.
Animado esta boa campanha do Toronto, o atacante brasileiro pensa grande. Quer convencer Dunga, que foi técnico dele no Internacional, a chamá-lo no novo ciclo até a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Blog do Boleiro – Você pensa em jogar pela seleção brasileira?
Gilberto – Claro que sim. Vivo um momento especial, estou trabalhando forte. Quero muito chegar na seleção. Para isso, preciso fazer gols, ganhar títulos e ser notado. Sei que tenho que estar numa liga mais conhecida, mas desde que o Júlio César veio jogar aqui, o Toronto passou a ser falado internacionalmente e a MLS está crescendo muito.
Até aqui você marcou sete gols e fez quatro assistências. Está satisfeito?
Não, posso fazer mais. Nosso time tem chance de ir aos playoffs da nossa conferência. Será a primeira vez que isso acontece desde que o TFC foi criado. Este é meu objetivo principal. Com três ou quatro vitórias isso vai acontecer. Nosso momento agora é muito e posso contribuir mais.
Até aqui, Dunga não chamou centroavante. Isso pode atrapalhar?
Não, porque eu também sei jogar pelos lados do campo. Eu conheço o Dunga. Ele foi meu treinador no Internacional, quando fomos campeões estaduais. O ataque titular era formado pelo Leandro Damião e pelo Diego Forlan. Eu substituía o Forlan. O Dunga conhece meu estilo de jogo.
Em 2007, Dunga chamou o atacante Afonso Alves (na época do Heerenveen, Holanda), que tinha sido artilheiro da Europa com 34 gols na temporada 2006/2007. Ele deixou de convocar este jogador depois de uma partida onde, em dois lances, tirou pé de uma dividida e encolheu a cabeça em outra. Você então já sabe: se chamado, não pode mostrar receio.
Quando chegar à seleção, vou estar preparado. Vou chegar colocando o pé com tudo. Nunca tive medo de dividida, de dar um carrinho. É meu estilo de jogo e o Dunga sabe disso. É minha característica. Além disso, mostrei algumas coisas por aqui que surpreenderam o pessoal do Toronto.
Tipo?
Marco muito forte e essa é uma coisa que surpreendeu os caras. Eles achavam que brasileiro joga só na qualidade e, como os sul-americanos, não correm muito nem marcam ninguém. Eu surpreendi por ser assim e ter esta vontade de vencer. Eles adoram isso.
E o que você aprendeu jogando a MLS pelo Toronto?
Eu aprendi com eles que a gente tem que estar sempre forte psicologicamente. A parte mental é muito importante. A gente tem que estar decidido a partir pra cima e marcar forte. Acho que esta é uma coisa que a seleção brasileira tem que ser: forte dentro de campo.
Você não temia “sumir” jogando na Major League Soccer por um time criado há apenas oito anos?
No começo sim. Aí tudo mudou com a chegada do Júlio César. O mundo todo passou a nos olhar. Ele é um dos melhores goleiros do mundo. Vai ser lemabrado pelas conquistas que teve e acho que já atingiu o nível do Tafarel. O Toronto ganhou muita visibilidade.
O que fez você aceitar o convite do TFC?
Antes de ser contratado, o técnico Ryan Nelsen conversou comigo. Ele explicou tudo, como era o clube, como era o esquema que tinha jogaria. Quando cheguei aqui em dezembro, vi que tudo o que foi dito era verdade. A estrutura é ótima. É melhor do que a do Internacional, que já é muito boa. O jogador aqui não precisa fazer quase nada. Tem funcionários que cuidam de tudo.
E o inglês, como vai?
Ainda não falo fluente. Tem o Danny, que é meu tradutor e vai comigo em todos os jogos. Eu ando arriscando alguma coisa em inglês, mas preciso aprender mais.
Como é a vida aí em Toronto?
Eu moro sozinho. Trouxe um amigo para ficar comigo. Ele me ajuda na questão da mobilidade, me ajuda fazendo o supermercado, estas coisas. A vida aqui é muito tranquila. Não tem muita criminalidade, a segurança é perfeita. As pessoas aqui são bem corretas, não trapaceiam ninguém.
Você almoça no TFC?
É isso. A comida é boa lá.
E quem faz o jantar?
A gente pede uma pizza (risadas). Eu quase não como à noite, mas a pizza aqui é boa e barata.